Partirei, solitário, pela senda,
Que, um dia, Teu Silêncio há de mostrar,
Como o rio, que, por mais que se estenda,
Há de sentir, enfim, o sal do mar.
Partirei, esquecido a lua cheia,
Curvado ao fardo já do calmo estio,
Os passos norteando pela areia,
Calado o coração, que há de estar frio.
Partirei, esperando aquela noite,
Que, sempre, os sonhadores nivelou,
Como espera o cativo o duro açoite,
Que o há de libertar do que pecou.
Partirei… Que senil serenidade
Vejo atrás do porvir de minha idade!