QUADRAS 2018
-I-
PARA O DIA DA SAUDADE
Ah! Que saudades que tenho
De um tempo sem ter saudades,
Na vida com pouco empenho,
Vendo o mundo sem maldades.
SP. 30/01/2018.
-II-
Pelo Dia Internacional da Mulher.
Para Ruth
Meu amor intemporal,
Faz-me de ti seu amante,
Tem força de temporal
E nunca fica distante.
SP. 08/03/2018.
-III-
PARA MINHAS COLABORADORAS.
Pelo Dia Internacional da Mulher.
Minhas belas auxiliares,
Sempre amigas de meu lado,
No escritório são seus ares
Que geram nosso bom fado.
08/03/2018.
-IV-
O TIMECO DO LECO
Bem merece um peteleco
Este horroroso timeco
Descoberto pelo Leco
Dos outros times, boneco.
SP. 18/03/2018.
-V-
VERA
O tempo que nunca espera
Fez bem chegar o seu dia
Da queridíssima Vera,
Que agora aniversaria.
Beijos dos padrinhos Ruth e Ives.
21/03/2018.
-VI-
Na FIESP
Em homenagem à Camargo,
Eu nunca falo de cor,
Mesmo sendo assunto amargo,
Espero um Brasil melhor.
Na palestra do dia 15/04/2018.
-VII-
De tanto cantar meu canto
Já não sei quando o repito,
Apesar do desencanto,
Contra o mal eu sempre grito.
São Paulo, 19/05/2018.
-VIII-
Para Ruth
Sempre volto ao mesmo tema,
Quando moço e mais idoso,
Minha amada, em meu poema,
Faz o mundo esplendoroso.
São Paulo, 26/05/2018.
-IX-
Não dar importância à vida,
Nem com glória se importar,
Ser honesto pela lida,
A ataques pouco ligar.
SP. 02/06/2018.
-X-
Quando entardece no inverno,
O vento frio aborrece,
Com “pull-over” e com terno,
Na Igreja faz-se uma prece.
SP. 02/06/83
-XI-
Escrever é uma moléstia
Incurável, sem remédio,
Mesmo o escrito com modéstia
Ao autor não causa tédio.
SP 02/06/82.
-XII-
Mais uma quadra refaço,
Neste final de descanso,
Escrevo no branco espaço
Do papel que a tinta lanço.
SP. 16/06/2018.
-XIII-
Meu querido neto André
Reclama na minha sala
Da vitrola, mas de pé
Vai embora e pega a mala.
SP. 17/06/2018.
-XIV-
Para Ruth
No jardim cheio de estrelas
Vi teu retrato na lua
E quando pude retê-las
Eu retive a imagem tua.
SP. 22/06/2018.
-XV-
Para Ruth
Cansado de estar cansado,
Cansei-me de me cansar,
Cansaço se põe de lado
Pois não me canso de amar.
SP. 23/06/2018.
-XVI-
I
Sinto saudades do tempo
Em que lutava com raça,
Passa a vida como o vento
Mas teu encanto não passa.
II
Sou bem velho, mas sou moço
Num coração que se vê,
O meu amor tem endosso
Transferido pra você.
SP. 01/07/2018.
-XVII-
A noite cai bem serena
À distância vejo luz,
E mais distante uma antena
Que bem parece uma cruz.
02/07/2018.
-XVIII-
É um cachimbo, um cachimbo
Magrite pôs em pintura
A frase tem seu carimbo
Com alguma formosura.
Jaguariúna, 02/07/2018.
-XIX-
Para Ruth
I
Depois da sauna um bom banho
E um notável bem estar,
Sem trabalho, fico estranho
Mas não paro de te amar.
II
Deslizo pelos oitenta
Com desconforto por vezes,
Nesta idade não se inventa,
Os anos parecem meses.
Jaguariúna, 03/07/2018.
-XX-
Meu tempo faz-se presente,
Só por ti querida amada,
Mesmo quando estás ausente
Pois tua imagem é guardada.
Jaguariúna, 04/07/2018.
-XXI-
Fim do dia ensolarado,
Nem parece ser inverno,
Tenho Ruth de meu lado
E tudo se faz eterno.
Jaguariúna, 04/07/2018.
-XXII-
I
O Brasil foi derrotado
Teve peso e pouca sorte,
Vive as glórias do passado
Mas o presente é de morte.
II
Eu não sei mais versejar
Repito temas e versos,
Mas a Ruth eu sei amar
Nosso amor vale universos.
Jaguariúna, 06/07/2018.
-XXIII-
Piscina
O sol bate na piscina,
Mas a piscina está fria,
Vou a sauna bem na esquina
De minha casa vazia.
Jaguariúna, 09/07/2018.
-XXIV-
Ruth
Muito papel sobre a mesa
Muito escrevo e pouco digo
Sou feliz co’a alma presa,
Por estar sempre contigo.
Jaguariúna, 09/07/2018.
-XXV-
Ruth
O panorama que vejo,
Neste meu pobre recanto
É belo como teu beijo,
Pois descobre teu encanto.
Jaguariúna, 09/07/2018.
-XXVI-
Para Ruth
Estou de roupa vermelha
Nas férias, uso um abrigo,
Por cima, eu enxergo a telha
E, ao lado, eu estou contigo.
Jaguariúna, 09/07/2018.
-XXVII-
No tempo das caravelas
Havia monstros no mar,
E naufrágios nas procelas,
Que não se sabe contar.
Jaguariúna, 10/07/2018.
-XXVIII-
No tempo dos cavaleiros,
As donzelas nas sacadas,
Protegidas por arqueiros,
Sonhavam sonhos de fadas.
Jaguariúna, 10/07/2018.
-XXIX-
No tempo das caravelas,
Nos portos, ruas estreitas,
Tinham luzes amarelas
Sem brilhar e rarefeitas.
Jaguariúna, 10/07/2018.
-XXX-
No tempo das caravelas,
Não havia mais jograis,
Que cantavam pra donzelas,
Nos castelos medievais.
Jaguariúna, 10/07/2018.
-XXXI-
Na mesa branca da sala.
Eu escrevo sem parar
Escritos não tem escala,
Nem fronteiras como o mar.
Jaguariúna, 10/07/2018.
-XXXII-
Neste livreto eu bem ponho,
Meu amor de tantos anos
Ruth pra mim é meu sonho,
Numa vida sem enganos.
Jaguariúna, 10/07/2018.
-XXXIII-
No tempo dos cavaleiros,
As liças eram mortais,
Até mesmo os escudeiros
Tinham lutas corporais.
-XXXIV-
No tempo dos cavaleiros
Existiam cavalgadas
E, nos cavalos, guerreiros
Brandiam suas espadas.
-XXXV-
O tempo dos cavaleiros,
Foi também o das Cruzadas,
Dos nobres eram herdeiros
Nas batalhas e caçadas.
-XXXVI-
No tempo dos cavaleiros,
Eram sangrentas as guerras,
Forjavam em fogareiros
As lanças em suas terras.
-XXXVII-
No tempo dos cavaleiros,
Cantavam os cantadores
Os seus feitos derradeiros
Assim como seus amores.
-XXXVIII-
No tempo dos cavaleiros,
Lá sonhei ter meu destino,
Tendo por meus companheiros
Os meus heróis de menino.
-XXXIX-
Dois cadernos quero dar,
Para Ruth nos sessenta,
Para assim comemorar
Nossa data sem tormenta.
Jaguariúna, 10/07/2018.
-XL-
Quanto mais me vejo fraco,
Mais em Deus eu acredito,
Pois N’Ele a soberba aplaco
E faço o mal ser prescrito.
Jaguariúna, 10/07/2018.
-XLI-
A noite chega bem perto,
Desaparecem as luzes,
O céu é um negro deserto
Onde se escondem as cruzes.
Jaguariúna, 09/07/2018.
-XLII-
Minha rua de eu menino
Tinha, muitas vezes, bonde,
Nela via meu destino
Que não sei onde se esconde.
Jaguariúna, 09/02/2018.
-XLIII-
Quadra do dia
Oh querida Ana Regina,
Psicanalista de escol,
O teu olhar de menina
É brilhante como o sol.
SP., 19/07/2018.
-XLIV-
Vivemos dias estranhos
Crápulas em profusão
Têm nos roubos muitos ganhos
Mas à custa da nação.
SP. 22/07/2018.
-XLV-
Os meus sonhos de menino
Não os perco no Brasil,
Os bons farão seu destino
De afastar o poder vil.
SP. 22/07/2018.
-XLVI-
PARA MINHA SECRETÁRIA
A sempre jovem Marlene
Ontem fez aniversário,
No trabalho, que se encene
O seu toque já lendário.
SP, 23/07/2018.
-XLVII-
Como nos tempos de antanho,
De mãos dadas sempre estamos,
Nosso amor não tem tamanho,
Sendo os Santos nossos amos.
28/07/2018.
-XLVIII-
Quando os tempos são da lua
O coração é mais belo,
Pois nele a imagem é tua,
Num colorido amarelo.
SP. 28/07/2018.
-XLIX-
Eu sempre as quadras bem faço,
Mal escritas de improviso,
Penetro assim meu espaço
Em busca de teu sorriso.
11/08/2018.
-L-
Quanto mais escrevo assim
Tanto mais assim me sinto,
Quero ter perto de mim
O teu olhar tão distinto.
SP. 11/08/2018.
LI
Que frio faz este inverno,
Que saudades do calor!
Não é, felizmente, eterno,
Mas tem do cinzento a cor.
SP. 09/09/2018.
LII
Peço a sua intercessão
Minha Mãe formosa e linda,
É de ti meu coração,
Pelo tempo mais ainda.
SP. 09/09/2018.
LIII
Os astronautas no espaço
Encontram astros no escuro,
Os versos são nosso passo
Com claridão no futuro.
SP., 13/09/2018.
LIV
Para Ruth
Há tanto tempo teus olhos,
Eu os amo intensamente,
São os dois, dois escolhos,
Onde encalho docemente.
SP. 13/09/2018.
LV
No tempo dos sonhos mil
A vida faz-se mais leve
Ninguém se torna senil
E nem o viver é breve.
LVI
No tempo dos astronautas
Os espaços siderais
Tornam as vidas incautas
Semelhante aos samurais.
LVII
No tempo dos navegantes
Os mares eram bravios
E as terras muito distantes
Tinham invernos e estios.
LVIII
No tempo da Idade Média
Havia muitos escravos,
Não havia enciclopédia,
Mas uns cavaleiros bravos.
LIX
No tempo da Grécia antiga
Os deuses eram normais,
Mas eterna a sua briga,
Sendo alguns bem imorais.
LX
No tempo do velho Egito,
Os deuses eram sangrentos
E a história tornou-se mito
Com descobertas e inventos.
LXI
No tempo da Babilônia,
Mulheres eram impuras
E os homens tinham insônia
Durante as noites escuras.
LXII
No tempo do Império assírio,
As guerras eram ferozes
Sem flores, nem mesmo lírio,
Só gritos eram as vozes.
LXIII
E no tempo dos romanos,
Vencidos eram os escravos
Mesmo sendo soberanos
Ou até guerreiros bravos.
LXIV
No tempo do iluminismo
Todos pensavam ser gênios
Porém o seu raquitismo
Mostrou serem ingênuos.
LXV
No tempo dos fins dos tempos,
Pouco tempo há de buscar,
Haverá trovões e ventos
E maremotos no mar.
Jaguariúna, 12/10/2018.
LXVI
No tempo dos impossíveis
Tudo é possível fazer,
Não há padrão, nem há níveis,
Só não se pode morrer.
Jaguariúna, 13/10/2018.
LXVII
Poema para a Academia Paulista de Letras Jurídicas
I
Esta minha Academia
Com seus oitenta lugares
Faz do Direito a alegria
E o coloca em seus altares.
II
Quando o Direito enfraquece,
Pelo Poder pisoteado,
Sua voz torna-se prece,
Na defesa do bom lado.
III
Os caminhos do Direito
Mais os sonhos de Justiça
Para ser o mal desfeito
É parte de sua liça.
IV
Quais cavaleiros andantes
Seus oitenta lutadores,
Buscam as metas distantes
Da moral e seus valores.
V
Não temem os poderosos,
Pois acreditam no bem,
Por caminhos pedregosos,
Lutam por fins muito além.
VI
São astronautas do espaço
Do Direito para cima,
Pois o certo a cada passo,
Tem no justo sua rima.
VII
Os oitenta cavaleiros
Desta Cruzada moral
São eternos sinaleiros
No combate contra o mal.
VIII
Do Direito são seus mestres,
No Brasil bem conhecidos,
Nos cenários mais agrestes
Dão à vida seus sentidos.
IX
Minha linda Academia
Com seus oitenta ocupantes
Vivem constante porfia
Tanto agora, como dantes.
X
Quando ausente eu for um dia
Sei qu’um outro há de ocupar
Nesta minha Academia
O meu posto neste altar.
XI
Minha eterna Academia
Das Letras do Bom Direito
Na luta do dia a dia,
O justo torna perfeito.
XII
Minha Casa dos Paulistas
Que labutam nesta esteira,
No coração treze listras
Mantém de sua bandeira.
XIII
Minha bela Academia
Com seus oitenta juristas,
Em nossa democracia
São os heróis dos paulistas.
Jaguariúna, 13/10/2018