PARA RUTH
Para Ruth
Nosso tempo faz a vida,
Nossa vida é nosso amor,
Mulher e mãe tão querida
Dás à nosso lar calor.
SP 14/05/2017.
Para Ruth
Nosso tempo faz a vida,
Nossa vida é nosso amor,
Mulher e mãe tão querida
Dás à nosso lar calor.
SP 14/05/2017.
QUADRAS DO COTIDIANO
CXLI
Eu gosto de dirigir,
Mas peço ao anjo da guarda,
Que faça a lei eu cumprir
Sem enfrentar quem de farda.
Jaguariúna, 30/12/2017.
CXLII
Contra o mal a salvaguarda
É ter Deus por Comandante,
Todos os dias são de guarda
E o pecado bem distante.
Jaguariúna, 30/12/2017.
CXLIII
Para Ruth
Mesmo velho sou amante
De um amor da juventude.
É de mim a Comandante
E modelo de virtude.
Jaguariúna, 30/12/2017.
CXLIV
O meu neto está comigo,
Eu chamava-o Guilhermão,
Desde cedo meu amigo,
Torna pleno o coração.
Jaguariúna, 31/12/2017.
CXLV
Para Ruth
Meu coração vibra intenso
Quando vejo meu amor,
O meu querer é tão denso
Que num verso não sei por.
Jaguariúna, 31/12/2017.
CXLVI
Para Ruth
O coração a bater
Tem nele seu nome inscrito,
Pois sinto que meu querer
É bem maior que o infinito.
Jaguariúna, 31/12/2017.
CXLVII
Navego em mares bravios,
Timoneiro de teu barco,
Os porões nunca vazios
De teu amor tem o marco.
Jaguariúna, 31/12/2017.
CXLVIII
Mais um ano chega ao fim,
Ao meu Deus dou toda a graça,
O meu lar é meu fortim,
Na vida lá bebo a taça.
Jaguariúna, 31/12/2017.
CXLIX
Meu espaço imaginário
Eu descubro em cada verso,
Assim fecho o calendário
No meu pequeno universo.
Jaguariúna, 31/12/2017.
CL
Os navegantes do espaço
Com as velas enfunadas,
Descobrem mar de sargaço,
Nas caravelas douradas.
Jaguariúna 31/12/2017.
CLI
Ouço o barulho dos netos,
Uma grande gritaria,
Que trilhem caminhos retos
Sob o manto de Maria.
Jaguariúna, 31/12/2017.
CLII
Quanto mais o tempo passa
Vejo o sentido da vida,
Só no amor a toda a raça
E ter em Deus a guarida.
Jaguariúna, 31/12/2017.
CLIII
Muita chuva neste dia,
Um ano novo começa,
Mãe de Deus, Virgem Maria,
Neste amor, uma só peça.
Jaguariúna, 31/12/2017.
CLIV
Os meus cavalos alados.
Levam guerreiros do bem,
Combatem mundos nublados
Nos horizontes do além.
Jaguariúna, 01/01/2018.
CLV
Romper a dura barreira,
Que bloqueia a inspiração,
Faz desta a doce barqueira
Dos versos no coração.
Jaguariúna 01/01/2018.
CLVI
Dos filmes de ficção,
Gosto daqueles do espaço,
As naves de exploração
Acompanho a cada passo.
Jaguariúna, 01/01/2018.
CLVII
No universo a nossa terra
Em tamanho nada vale,
Mas o povo que se encerra
Não há noutro em que se escale.
Jaguariúna, 01/01/2018.
CLVIII
O céu nublado parece
Por sobre a vida seu véu,
Mas a força de uma prece
Tira a nuvem, mostra o céu.
Jaguariúna, 01/01/2018.
CLIX
Meu fascínio pelo espaço
E pelos mares salgados,
No meu viver deixa um traço
De versos mal acabados.
Jaguariúna, 01/01/2018.
CLX
Eu singro mar de sargaços,
Cavalgo cavalos pampas,
Navego longos espaços,
Lançando naves por rampas.
Jaguariúna, 01/01/2018.
CLXI
Para Ruth.
Cadernos e mais cadernos,
Toda a vida preenchi,
Nos meus amores eternos,
Em versos só para ti.
Jaguariúna, 01/01/2018.
CLXII
As caravelas sem celas
Tinham velas amarelas
Içadas em telas belas
Pelas suas sentinelas.
Jaguariúna, 01/01/2018.
CLXIII
Para Campos de Jordão
Vamos todos da família
Está frio este verão
Mas seguiremos a trilha.
Jaguariúna, 02/01/2018.
CLXIV
A disciplina não gera
A inspiração desejada,
Mas se se ficar na espera
A pena resta parada.
Jaguariúna, 02/01/2018.
CLXV
O cinza da longa estrada
É monótono e bem frio
Como a extensa caminhada
De meus versos sem estio.
Jaguariúna 02/01/2018.
CLXVI
Mais uma vez na piscina
Meus exercícios eu fiz,
Em Campos, Ruth é menina
E com ela sou feliz.
Campos de Jordão, 04/01/2018.
CLXVII
O casario na estrada
Quebra o verde marginal,
A montanha arborizada
Serve a todos de sinal.
Estrada para Campos de Jordão,
02/01/2018.
CLXVIII
Hoje perdi minha aliança,
Meu casamento porém
É bem mais forte e se lança
Sempre em torno de meu bem.
Campos de Jordão, 02/01/2018.
CLXIX
Finalmente foi achada
A minha aliança perdida,
Ostenta o nome da amada
Que fez valer minha vida.
Campos de Jordão, 03/01/2018.
CLXX
O meu humor bem se exaure
Ao ver a nação roubada,
No planeta Alfa Centauro
Mesmo a vida foi tirada.
Campos de Jordão, 03/01/2018.
CLXXI
Enquanto estou aguardando
Ruth descer para o chá
Eu vejo de quando em quando
O que na Internet está.
Campos de Jordão, 04/01/2018.
CLXXII
Um Black Label no bar
Eu bebo, despreocupado,
Prometo não trabalhar,
Com minha neta do lado.
Campos de Jordão, 04/01/2018,
CLXXIII
Em Campos sempre descanso,
Com a família aproveito,
As férias são um remanso
No qual eu fico refeito.
Campos do Jordão, 04/01/2018.
CLXXIV
Os romances que hoje leio
Já não me causam prazer,
Tornam o mundo mais feio
E mais amargo o viver.
Jaguariúna, 01/01/2018.
CLXXV
Retorno a busca de espaços
De novo para meus sonhos,
Meu infinito num passo
Descubro em rostos risonhos.
Campos de Jordão, 04/01/2018.
CLXXVI
Para Ruth
Caravelas pelo céu,
Naves do espaço no mar,
Asteroides sem seu véu,
E sonhos no teu olhar.
Campos do Jordão, 04/01/2018.
CLXXVII
Em meus barcos de papel,
Ultrapassei o Universo,
Naveguei além do céu,
Por timoneiro meu verso.
Campos de Jordão, 04/01/2018.
CLXXVIII
Eu sonhei já ter sonhado,
Ser cavaleiro do bem,
Vencendo o mal, trespassado
Por minha espada também,
Campos do Jordão, 04/01/2018.
CLXXIX
O céu nublado e cinzento,
Tem um triste colorido,
O dia frio e sem vento
Torna tudo indefinido.
Campos do Jordão, 05/01/2018.
CLXXX
Aos oitenta e dois mantenho
Meus sonhos quando menino,
Mas o tempo eu não retenho,
Pois encurta meu destino.
Campos de Jordão, 05/01/2018.
CLXXXI
Faltam-me só trinta e cinco
Simples quadras no caderno
Para acabar, neles finco
Meu repúdio ao qu’é moderno.
Campos de Jordão, 05/01/2018.
CLXXXII
Os festivais primitivos
Com danças erotizadas
Saltam fora dos arquivos
Da história e geram baladas.
Campos de Jordão, 05/01/2018.
CLXXXIII
Há no quarto uma sacada
Onde me sento por vezes,
A minha história passada
Eu revejo todos meses.
Campos de Jordão, 05/01/2018.
CLXXXIV
Hoje tomo um velho Chivas,
Lembrando tempos de antanho,
As memórias sempre vivas
Deixam-me, às vezes, estranho.
Campos do Jordão, 05/01/2018.
CLXXXV
Divertículo incomoda
E provoca muito engasgo,
Como o passar de uma roda
Ou ter na garganta um rasgo.
Campos de Jordão, 05/01/2018.
CLXXXVI
Mais uma noite sem lua,
A escuridão do noturno
Torna a vida bem mais crua,
Dando-lhe um toque soturno.
Campos de Jordão, 05/01/2018.
CLXXXVII
O mundo sem caravelas
De há muito perdeu o encanto,
Minhas quadras paralelas
Já não cabem no meu canto.
Campos de Jordão, 05/01/2018.
CLXXXVIII
Não sei mais o que escrever
Para encher o meu caderno,
Permanece o bem querer
Em quadras de amor eterno.
Campos de Jordão, 05/01/2018.
CLXXXIX
Mesmo com chuva o descanso
Reconforta minhas férias,
Nas leituras, eu avanço,
Atraso, em muitas matérias.
Campos do Jordão, 06/01/2018.
]
CXC
George Henry, um velho amigo,
Morreu quase centenário,
Regente no estilo antigo,
Tornou-se mestre lendário.
Campos de Jordão, 06/01/2018.
CXCI
Tomo agora uma cachaça,
Ou melhor, a caipirinha,
É da terra do Chalaça,
Faz lembrar a moreninha.
Campos de Jordão, 06/01/2018.
CXCII
Em meus sonhos navegante
Sempre fui desde menino,
Também cavaleiro andante
Em busca do meu destino.
Campos de Jordão, 06/01/2018.
CXCIII
Eu não queria crescer
Desde meu primeiro verso,
Mas mantive em meu viver
O meu sonho não disperso.
Campos de Jordão, 06/01/2018.
CXCIV
Todo o poeta é menino
Nos versos, um sonhador,
Desafia o seu destino
E vive de amor e dor.
Campos de Jordão, 06/01/2018.
CXCV
Quem na vida cantador
Do que vai no coração,
Tem na vida mais calor
E o que faz, não faz em vão.
Campos de Jordão, 06/01/2018.
CXCVI
Hoje, meus netos brigaram,
Star Wars e Star Trek,
Foram porque se atracaram,
À discussão pus um breque.
Campos de Jordão, 06/01/2018.
CXCVII
Retorno ao tema central,
Sempre fui um cantador,
Pendurados num varal
Meus versos foram de amor.
Campos do Jordão, 06/01/2018.
CXCVIII
Para Ruth.
Cantador canta o calor,
De querer quem muito quero,
Desde cedo o mesmo amor,
Um amor puro e sincero.
Campos do Jordão, 06/01/2018.
CXCIX
Sinto música judaica
Correr nos versos que faço,
Muito antiga, mesmo arcaica,
Ultrapassa tempo e espaço.
Campos de Jordão, 06/01/2018.
CC
Para Ruth.
Campos, num fim de tarde,
Há pouca luz no jardim,
O sol distante inda arde,
Tal teu amor arde em mim.
Campos de Jordão, 06/01/2018.
CCI
Cavalos cavalgam prados
Em carros sem roda e jogo,
Por sobre campos cevados,
Por sobre terras de fogo.
Campos de Jordão, 06/11/2018.
CCII
Mais difícil cada vez
Caminhar, é minha artrite,
Mas eu ando, todo o mês,
Não deixo qu’isto me irrite.
Campos do Jordão, 06/01/2018.
CCIII
Enquanto leio, Regina
E Ruth falam bastante,
É bem olhar de menina
Que ostentam não tão distante.
Campos de Jordão, 06/01/2018.
CCIV
Há muita chuva na estrada,
É de Campos do Jordão,
E na volta sem parada,
Escrevo esta quadra a mão.
Estrada de Campos do Jordão, 07/01/2018.
CCV
O Padre chegando está,
Primeira vez no país,
Andando de lá pra cá,
Torna a família feliz.
Estrada de Campos do Jordão
para Jaguariúna, 07/01/2018.
CCVI
Quando o dia está chuvoso,
Quando há nuvens pelo céu,
Luto contra o tom pastoso
Que me cobre como um véu.
Estrada Campos-Jaguariúna, 07/01/2018.
CCVII
Os sonhos dos cavaleiros
Parecem coisas de antanho,
Já não são mais sinaleiros,
Hoje o mundo é mais estranho.
Rodovia D. Pedro I, 07/01/2018.
CCVIII
Para Ruth.
Minha voz emudeceu,
Já não sou mais cantador,
A inspiração feneceu,
Mas por ti não meu amor.
Rodovia D. Pedro I, 07/01/2018.
CCIX
Cantador canto silente,
O cantar do velho bardo,
Meu versejar diferente
Torna-me um vate bastardo.
Rodovia D. Pedro I, 07/01/2018.
CCX
Quanto mais velho, mais canto
Meu passado e meu presente,
Tudo sempre causa espanto
Na minha vida docente.
Rodovia D. Pedro I, 07/01/2018,
CCXI
Chego ao fim de meu caderno,
Algumas quadras e pronto,
Sem temas do mundo interno
Nos versos porei um ponto.
Rodovia Mogi Mirim, 07/01/2018.
CCXII
Para Ruth.
Quantos livros eu já li,
Ficarão eles pra quem?
São os de versos p’ra ti,
Mas os outros p’ra ninguém.
Jaguariúna, 07/01/2018.
CCXIII
São 3 quadras ao final
Que faltam p’ra terminar,
Eu combati sempre o mal,
Sem o mundo melhorar.
Jaguariúna, 07/01/2018.
CCXIV
Minha nau é de esperança,
Quando o mar é tormentoso,
Quando o mal mais nele avança,
Mais me torno corajoso.
Jaguariúna, 07/01/2018.
CCXV
Minha quadra derradeira,
O caderno inteiro cheio,
São versos feitos à beira
De meu pensar sem receio.
Jaguariúna, 07/01/2018.