CANTO IV

I

Uma guarda dos dragões
Levou os quatro às prisões
Quando chegaram na terra,
O rei queria matá-los
Com os seus próprios cavalos
Pois pensava estar em guerra.

II

Pediram para falar
Os dois príncipes no altar,
Em que os dragões tem conselho
E apesar do seu tamanho
Não lhes parecer estranho,
Pois do poder era espelho.

III

Concedeu o rei dragão
Ouvi-los no seu salão,
Repleto de conselheiros.
Os quatro então lhe disseram
A razão porque vieram,
Sozinhos sem escudeiros.

IV

Queriam impor a paz
Que, de rigor, só se faz
Se a força se mostra justa,
Desejavam seu apoio
Formando um grande comboio
De dragões que ao povo assusta.

V

Contaram-lhe seu amor
E o desejo de repor
Entre os dois reinos concórdia,
Mas seus pais beligerantes
Tornaram os quatro infantes
Infelizes co’a discórdia.

VI

Comoveu—se o rei dragão
E prometeu-lhes ação,
Mais de ameaça que sangue
E os quatro muito felizes
Ficaram, pois seus países
Sentiam a gente exangue.

VII

E no tratado assinado
Ficou claro e combinado
Que os 3 reinos sempre em paz
Restariam, pois dragões
Têm melhores corações
Com escamas por detrás.

VIII

E voltaram aos castelos
Fortalecidos seus elos
De grandeza no futuro
Amavam-se os dois casais
Como amor igual jamais
Já se viu de tão seguro.