Na festa das imagens coloridas,
Que encontrei neste livro, à noite e meia,
Corre o sangue dos mares sobre a areia
E o silêncio deserto de mil vidas.
Corre o sonho dos sonhos de uma veia
E a lembrança das lendas esquecidas,
Neste gesto de imagens desprovidas
Das aranhas que tecem sua teia.
Nestes versos do Jorge apenas resta
O farol de luz negra, que ilumina
O noturno de nítidas paisagens,
Eis que a dona dos versos, nesta festa,
É escaldante de vida, em cada esquina,
Como a imagem do Jorge das imagens.