Lança cravada pelo peito aberto,
No silêncio da noite desmedida,
E o cavaleiro lancetado incerto
Cavalga a morte, cavalgando a vida.
Eu, procurando o meu próprio deserto,
Encontro o panorama da partida
E firo-me buscando o que anda perto
Do que anda atrás da senda conhecida.
Lança cravada pela carne nua
Em pleno profundor da alma silente,
Ferida nova, informe e diferente.
E eu desvendando o som que continua
Na chaga insone da distância interna,
Em busca de mim mesmo… em busca eterna.